O que é melhor quando falamos em tratamento odontológico? Quantidade ou qualidade? Lógico que o ideal seria atingir um equilíbrio entre os dois, tendo quantidade com qualidade. Porém, sabemos que a prática da Odontologia é dependente de uma sequência de procedimentos e passos que não podem ser atropelados. O grande desafio é determinar um tempo mínimo para procedimentos sem perder a qualidade e evitar ao máximo o retrabalho. 

Reportagem do site UOL

Recentemente, vimos uma reportagem no site da UOL que tinha em sua manchete os dizeres: “Dentista usa duas cadeiras na mesma sala e atende paciente de 10 em 10 minutos”. Quantidade em foco. Lendo o artigo na íntegra foi possível perceber que este tempo se tratava para pacientes de Ortodontia e que auxiliares em saúde bucal faziam um preparo prévio para economizar tempo. Mesmo assim, quem é dentista sabe que 10 minutos é muito pouco tempo, considerando que hoje em dia se preza o tratamento humanizado e individualizado. Temos que contar também com o tempo de limpeza e desinfecção da sala de atendimento entre um paciente e outro, urgências que aparecem durante o dia, encaixes e atrasos dos pacientes e dos dentistas quando há algum imprevisto.  

Em saúde, todos os caminhos estão indo para a busca de qualidade e humanização. Os pacientes se sentem mais à vontade com conversa e explicações que tomam tempo. A maioria dos trabalhos odontológicos são muito detalhistas, as exodontias são melhores quando feitas com tempo, minimamente traumáticas, as restaurações dependem de escultura, tempo de fotoativação, um trabalho artesanal. O dentista precisa de tempo para planejar, pensar e anotar tudo no prontuário, seja por questões de organização ou legais. 

Na alta quantidade todos saem perdendo. Depois de um tempo trabalhando focando na quantidade, o profissional vai começar a sofrer com dores nas costas, tendinite e problemas na visão que vão diminuir sem rendimento e tempo de atuação, além do retrabalho que vai começar a aparecer. Nesta forma de atendimento, os pacientes não recebem o melhor que o profissional pode oferecer. O que o empresário que investe em Odontologia precisa entender é que não adianta fazer as coisas correndo. 

O ideal é chegar ao meio termo. E não existe receita de bolo que sirva para todos. Cada dentista vai encontrar o seu tempo. A tecnologia vem avançando e nos ajudando a ganhar tempo com a Odontologia Digital e o Fluxo de Trabalho Digital nos casos de reabilitações protéticas. Aí é uma questão de investimento. Trabalhar com uma auxiliar de saúde bucal treinada (ou mais de uma) é outra grande vantagem. Elas são essenciais neste ganho de tempo e aumento de produtividade. 

Muitos negócios que focaram na quantidade e esqueceram da qualidade acabaram falindo. São insustentáveis. Algumas redes de franquias ainda apostam na quantidade e não dão valor ao seu maior bem: o dentista. Eles trabalham muito, ganham pouco e aceitam isso, às vezes, por serem recém formados. Aí está a explicação da alta rotatividade de profissionais nessas clínicas, o que deixa os pacientes com uma pulga atrás do orelha. Depois de alguns anos, isso queima o filme da clínica e ela não dura no médio e nem no longo prazo. 

Busca por acreditação na Odontologia. Foco na qualidade e na segurança dos pacientes.

É melhor atender menos e cobrar mais do que atender mais e cobrar pouco. Estamos lidando com pessoas, com saúde, com imprevistos, com saliva, sangue e materiais que tem fases e processos. Estive em um evento da Unimed na semana passada e eles abordaram isso: hoje o foco é na qualidade e não mais na quantidade. Seja no número de pacientes, ou no número de exames solicitados. Foco na prevenção e na qualidade. Alguns sistemas já estão sendo desenvolvidos para este fim e veremos mudanças significativas na parte de prontuário com ajuda da tecnologia. Vamos adiante em busca da qualidade.  

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Um Abraço,

Equipe Dicas Odonto