O Fantástico deste domingo, dia 09/06/2013 exibiu uma reportagem sobre o teste feito pelo Inmetro com as escovas de dentes que temos disponíveis no mercado. Veja os resultados e algumas observações.
“De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos – Abihpec, no Brasil, terceiro maior mercado do mundo de produtos de higiene oral, apenas precedido por Estados Unidos e Japão, a demanda do mercado de escovas dentais tem aumentado continuamente ao longo dos anos, alcançando, em 2011, o volume de 361 milhões de escovas vendidas. Em 1997, o volume de vendas foi de 114 milhões … Nesse contexto, diante do crescimento da demanda por produtos de higiene oral, diretamente proporcional ao aumento do volume de importações e exportações, do surgimento de diversas novas marcas de produtos nacionais e importados, comercializadas com preços cada vez mais acessíveis a todas as classes sociais” – trecho da parte da justificativa do Inmetro para a análise, que veio em boa hora.
O Inmetro testou 13 escovas de uso adulto e 12 escovas de uso infantil:
Uso adulto: Aquafresh, Colgate, Curaprox, Dental Clear, Extra, Jadefrog, Juliana, Kess, Oral-B, Sensodyne, Sorriso, TEK e Vidyut.
Uso Infantil: Bitufo, COndor, Dental Clean, Dentil, Frescor, Jadefrog, Kin, Reach, Sanifill, Sanxiao, TePe e Zooth. – estas passaram nos testes técnicos.
O primeiro teste foi para saber se a rigidez das cerdas estava em conformidade com o que é anunciado na embalagem – macia, média ou dura. Todas as escovas passaram neste teste, exceto a escova de uso adulto da marca TEK que se considera dura, mas na verdade tem rigidez média. Houve uma reanálise, à pedido da Johnson & Johnson, fabricante da escova. A escova apresentou extrema dureza e passou no teste técnico. *Observação de um dentista: escovas duras não devem ser usadas para escovar os dentes. As recomendadas são as de cerdas macias. Eu acredito que escovas duras não deveriam ser vendidas para serem usadas como escovas de dente. Elas servem bem para escovar próteses móveis. O próprio Inmetro fala sobre isso em seu relatório – “Além disso, o novo valor de rigidez indica que a escova possui as cerdas muito duras, já que baseado no parâmetro G, quanto maior esse valor, mais duras são as cerdas. Isso é prejudicial ao consumidor na medida em que o expõe ao risco de desgaste excessivo do esmalte dos dentes, além de causar irritações na gengiva.”
O segundo teste mediu se as cerdas estão fixas na escova de maneira satisfatória às normas técnicas vigentes. As escovas das marcas Juliana e e Vidyut para uso adulto não passaram neste teste. Parece que suas cerdas saem da escova com mais facilidade diminuindo a vida útil da mesma.
O terceiro teste foi feito para saber sobre o acabamento das cerdas. O relatório do Inmetro diz que esse acabamento serve para proteger o esmalte e estimular a irrigação sanguínea das gengivas. *Observação do dentista: nunca ouvi falar sobre esse estímulo de irrigação sanguínea. O objetivo da escova é simplesmente remover e desorganizar o biofilme dental sem ferir os tecidos adjacentes aos dentes e sem riscar ou danificar as estruturas dentárias. O acabamento das cerdas deve ser arredondado. As marcas Colgate e Juliana (marca na qual o fabricante não é identificado e que a origem não é declarada. Como um produto assim está disponível no mercado???) não passaram neste teste. A Colgate se retratou dizendo que este problema era de um lote específico, de 2010 e promoveu várias melhorias em seus processo de produção. Isso é um grande ponto positivo de uma análise como esta, feita pelo Inmetro.
Essa escova da Colgate testada é a Extra Clean. Se você observar a foto abaixo, pode outro defeito logo de cara: as cerdas não estão na mesma altura como é recomendado por várias evidências científicas. A Colgate possui escovas ideais, com cerdas na mesma altura e tudo mais. Para que inventar? Parece que a vontade do marketing sobrepõe a vontade do que é recomendado.
O quarto teste foi para ver a rotulagem. Isso é de extrema importância já que o mercado está sobrecarregado de marcas e produtos que acabam deixando o consumidor e o próprio dentista malucos. As escovas da marca Juliana (por motivos que já citamos acima) e Vidyut não passaram neste teste. Esta última nem está mais disponível no mercado, segundo seus importadores.
O relatório ainda faz algumas considerações finais muito interessantes como esta: “Escovas dentais devem ser sempre indicadas por um dentista. Este deverá também orientar o indivíduo quanto à melhor forma de higienização do produto” e outras bastante pertinentes, porém achei meio estranho a fonte das recomendações ser o site da Colgate. Não estou sugerindo que tenha havido alguma imparcialidade ou que tenha algo errado nas observações, mas deveriam pegar fontes mais científicas, digamos assim.
Os testes deveriam utilizar os dados que já sabemos sobre as escovas dentais recomendadas. Os testes feitos foram muito “fraquinhos” e ainda pouco elucidativos aos consumidores em geral, na minha opinião. As escovas ideias devem ter cerdas macias, arredondadas e na mesma altura, cabeça pequena, boa empunhadura e ter durabilidade de 3 meses no mínimo. Se isso fosse feito, tenham certeza que muitas escovas de dentes com topete ou com “borrachas massageadoras” por aí iriam tomar um NÃO CONFORME do Inmetro.
Veja o Relatório Escovas de Dente Inmetro 2013 completo
Reportagem do Fantástico – AQUI
Um Abraço,
Equipe Dicas Odonto
Muito bom essas dicas!!!Adorei
Muito bom. Adorei!!!