VOCÊ CONHECE AS CANDIDATURAS PARA DELEGADO ELEITOR POR SÃO PAULO, QUE VOTARÃO PARA A DIREÇÃO DO CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA?

Nesta próxima segunda feira, dia 12/03/2018, às 18:30h, na Casa da Odontologia Paulista (Av. Pacaembú, 732 – em São Paulo-SP); teremos a eleição para a escolha da candidatura que atuará como Delegado Eleitor do Estado de São Paulo, para a eleição dos futuros dirigentes CFO (Conselho Federal de Odontologia) – órgão máximo da fiscalização e para a normatização do exercício da nossa profissão no Brasil. Qualquer cirurgião-dentista do estado de São Paulo, em dia com o CROSP, tem o direito de votar para o cargo de delegado – eleitor e escolher aquele que melhor representa a sua expectativa na escolha dos futuros dirigentes do CFO.

Existem 2 chapas devidamente homologadas para esse pleito:

A Chapa 1 tem como candidata a Delegado Eleitor: Helenice Biancalana (CROSP – 18683), e suplente Marcelo Januzzi Santos (CROSP – 46070).

A Chapa 2 tem como candidato a Delegado Eleitor: Fernando dos Santos Coelho (CROSP – 52200), e suplente César Augusto Mendes Gibelli (CROSP – 43006)

A candidatura vencedora, representará o CROSP (Conselho Regional de Odontologia do Estado de São Paulo) em uma Assembléia do CFO, aonde votará por cada um dos cirurgiões-dentistas paulistanos (aproximadamente 90.000 colegas) devidamente inscritos junto ao CROSP (e, por consequência, ao próprio CFO – uma vez que 1/3 do valor das nossas anuidades pagas são destinadas ao CFO).

As duas chapas receberam as mesmas perguntas da nossa organização com espaço livre para respostas e dispuseram do mesmo tempo e da mesma oportunidade para emitirem as suas respostas (publicadas integralmente abaixo).

A) De forma resumida, descreva a sua trajetória na Odontologia e 0 que o credencia a postular o cargo de Delegado Eleitor do CROSP para o CFO em 2018:

– Dra. Helenice Biancalana – Chapa 1 – Desde que me formei sempre participei de diversas atividades classistas, seja em entidades como a APCD, assim como de especialidades como APO – Associação Paulista de Odontopediatria. Desta forma, fui conquistando e assumindo diferentes funções que envolvem a saúde bucal. Atualmente, de forma resumida, sou Coordenadora do Encontro de Coordenadores de Saúde Bucal dos 645 Municípios do Estado de São Paulo – parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Coordenadora do Projeto Saúde Coletiva do CIOSP – parceria com Faculdade de Saúde Pública – USP, FOUSP – Saúde Coletiva e CROSP. Atualmente sou diretora do Departamento de Prevenção e Promoção de Saúde da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas, e estamos com parcerias com a Secretaria Municipal de Assistência Social de São Paulo e ações sociais coletivas e individuais em creches, asilos e outros. Auxilio também o CROSP como Diretora regional da capital, que atualmente conta com seccionais instaladas em diversas regiões. É importante ressaltar que todas as minhas participações são de caráter honorífico. Portanto, acompanho atentamente as diversas demandas da odontologia paulista e brasileira, e entendo que tenho uma visão global e experiência sobre a questão da saúde bucal e o papel do CRO, CFO dos governos nas três esferas e das entidades classistas no dia a dia da nossa classe e da população e que esta experiência me credencia a obter a responsabilidade de ser o representante de São Paulo na próxima eleição do CFO.

– Dr. Fernando Coelho – Chapa 2 – Diante da oportunidade que recebo, bem como da necessidade de me conhecerem, inicio minhas considerações e breve apresentação. Sou Cirurgião Dentista, Formado em julho de 1994, pela Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP, porém iniciei meu estudo acadêmico na Universidade Camilo Castelo Branco, em São Paulo. Sou casado, tenho 2 filhos e o mais velho está cursando o segundo ano de Odontologia. Vi ao longo dos anos a decaída da Odontologia e não sentia por parte dos representantes preocupação com os fatos e nem em dar respostas claras à própria categoria em assuntos diversos. Por conta das redes sociais, conheci colegas que participavam das mesmas preocupações e resolvemos criar um movimento dito ODB – Ordem dos Dentistas do Brasil, com o intuito de buscar junto às Autarquias e Associações, as informações que os dentistas; assim como nós, ditos de mocho, que trabalhavam em seus consultórios por 10 – 12 horas ao dia, desconheciam! De maneira independente e sem recursos financeiros (a não ser do nosso bolso), chegamos até a disputar uma eleição para o CROSP em fevereiro de 2013, obtendo 5 mil votos. O objetivo porém, foi alcançado em parte: acesso às informações regimentais, eleitorais e a divulgação aos colegas. Desde então, de maneira ainda informal e independente, busco por contatos diversos, levar aos órgãos relacionados à profissão as demandas dos colegas, que assim como eu, não se sentem representados de maneira adequada. O discurso de preocupação com o dia a dia do CD é “comum”. Está muito distante daquele empregado pela Autarquia. Minha candidatura representa exatamente isso, voz para quem não é lembrado para festas, reuniões e entregas de honraria, mas tem DIREITO a ser ouvido; nem que seja voto vencido no CFO!!! Mas marcar uma posição clara de cansaço do modelo vigente.

B-) Recentemente as manchetes policiais – expostas, inclusive, por redes de televisão – exaltaram escândalos na gestão do CFO, que culminaram com ações contra dirigentes eleitos daquela instituição. Como delegado – eleitor e junto dos demais representantes estaduais, o que poderão fazer para evitar a repetição dessa triste passagem para a história da Odontologia Brasileira?

– Fernando Coelho – Chapa 2 – Os fatos que transcorreram e desdobraram pela Operação Tiradentes, que fará dois anos, ainda estão sob judicie. Mas só desencadearam após levantamento de dados obtidos pelo cumprimento da Lei da Transparência por parte das Autarquias, aonde existe a obrigatoriedade de disponibilizar dados da administração ao público. E qualquer cidadão tem acesso! Qualquer CD, também pode e deve!! Este controle sob a divulgação de dados pode ser a qualquer momento questionada e em caso de dúvidas, ou irregularidades, ser encaminhadas ao MP. Uma coisa parece ainda ser confusa na cabeça de alguns: delegado eleitor irá representar os seus COLEGAS de Estado na composição do Conselho Federal. Finda a assembléia, o mesmo PERDE a atribuição e o título de delegado. Necessário sim esclarecer que após assembléia, NÃO terá poder de fiscalizar, de propor alterações de lei, de defender especialidade… “vota e volta” a ser um CD sem atribuições regimentais e sem direito a qualquer remuneração. O que não o impede de exercer seus direitos como cidadão comum, que fique bem claro.

– Helenice Biancalana – Chapa 1 – O delegado eleitor tem o papel específico de representar o estado na votação do plenário do CFO. Portanto, após a inscrição das chapas concorrentes, será importante a análise da composição das mesmas para avaliar quem serão os nossos representantes.

C) Qual a sua expectativa para a atuação da próxima gestão do CFO? O Código de Ética e a velha Lei de Exercício da Odontologia não mereceriam especial atenção por parte desses futuros dirigentes?

– Helenice Biancalana – Chapa 1 – A expectativa é a mesma que todos da classe odontológica desejam, ou seja, que façam uma gestão competente e que esteja atenta as necessidades da odontologia. Em relação a Lei e ao código de ética, com certeza deverão se dedicar para as mudanças necessárias e dar continuidade ao que foi realizado em 2017, que através de uma mobilização entre os presidentes dos CROs de todo o Brasil, de uma comissão nomeada pelo CFO e da própria diretoria do CFO, elaboraram uma minuta e encaminharam aos deputados que estão analisando, desde 2012, as alterações. O objetivo principal é a atualização e modernização da atual lei que, com certeza, é muito arcaica para os dias de hoje. No último semestre, graças a este empenho, o projeto avançou muito mais do que todos os outros anos. Precisamos manter este contato e batalhar para a sua aprovação.

– Fernando Coelho – Chapa 2 – Espero que os eleitos no processo da assembléia venham de maneira efetiva, ao encontro das aspirações e necessidades da VERDADEIRA ODONTOLOGIA, que está morrendo sufocada pelo mercantilismo, pela indústria da pós-graduação e da “pseudo” necessidade de criação de mais especialidades para atender faixas de mercado. A quem isso interessa? Como disse, a REALIDADE do CD comum, a IMENSA E ESMAGADORA MAIORIA, que trabalha sufocada por empresas de grupo, franquias e legislações que geram vantagens para grupos, está distante do discurso aplicado. Fala-se de código de ética , mas cerca de três anos atrás houve uma revisão do mesmo e um pedido para que o CD enviasse sugestões: estes participaram. Mas qual a surpresa depois em saber que o modelo aprovado já estava pronto? Qual a grande mudança que foi apresentada? Seria a adoção de falta de ética para inadimplentes das anuidades? Sobre a nova lei, pontos extremamente positivos, porém, existe necessidade de se AMPLIAR o quadro de conselheiros federais e estaduais? O sistema vai comportar esta nova demanda financeira? Com qual finalidade? Espero que a nova administração federal abra os olhos à realidade do “dia a dia” do CD e as suas REAIS necessidades. Afinal, quem trabalha muito deve saber o que fala.

D) Na medida das suas possibilidades, qual a sua posição sobre cobrar empenho político dos novos dirigentes eleitos pelo CFO para uma mobilização que viabilize tornar direito (de todo e qualquer dentista do país em dia com o seu Conselho regional), o voto direto para Conselheiros e Presidente do CFO?

– Fernando Coelho – Chapa 2 – As minhas armas serão meu direito de cidadão, a livre expressão em opinar, criticar, sugerir e direito de CR regularmente inscrito no sistema CFO – CRO. Explico: esta demanda implica em mudança de lei federal!!! Os que falarem em “vamos lutar”, “vamos buscar junto…”, é conversa mole. Anunciou-se no final do ano passado a criação de um tal “Frente Parlamentar de Odontologia”, que envolve cerca de 380 deputados federais signatários. Com esta dita frente, os CDs do país não precisariam, em tese, se preocuparem com mais nada, afinal teríamos (em tese) uma base política para mudar qualquer lei no Congresso (mais aliados que o próprio governo federal). A questão que precisa ser levantada é: qual o grau de comprometimento da frente com o CD? Afinal, em se tratando de política, o “aliado de hoje não será amanhã, e vice e versa”. Será que o grau de comprometimento destas tal frente com a categoria odontológica resiste ao apelo dos grupos econômicos antagônicos aos nossos interesses? Ou será algo que surgiu em período pré-eleitoral para dar visibilidade a futuros candidatos a reeleição, ou mesmo candidatos colegas que usarão isto como plataforma? A experiência e o noticiário político não nos deixam tranquilos com relação a isto, mas já que existe, que seja COBRADA por nós a funcionar!!!

– Helenice Biancalana – Chapa 1 – Sou totalmente favorável, e esta necessidade que já está contemplada na proposta mencionada na resposta anterior. Por isso a importância de mantermos a insistência na aprovação da referida lei, sendo que o sucesso desta aprovação está nas mãos dos deputados e depende do também do trabalho contínuo da classe para “pressioná-los” quanto a sua aprovação.

E-) porque devemos escolher a sua candidatura e não a do seu opositor?

– Helenice Biancalana – Chapa 1 – Eu acredito que todos os que se candidatam a qualquer situação devem ter suas virtudes. Eu tenho convicção de que posso, juntamente com a classe, representar o meu estado na escolha dos melhores representantes. Porém isto somente ocorrerá após o prazo de inscrições para o CFO.

– Fernando Coelho – Chapa 2 – Não encaro meus colegas como opositores, até porque o próprio Marcelo Januzzi foi integrante do grupo da ODB, quando da formação e da concorrência ao CROSP. Evidentemente a vida nos leva a cominhos distintos e opiniões idem. Respeitosamente, esclareço que devem os colegas escolher nossa candidatura a delegado eleitor pela nossa proposta de DAR ao CD a oportunidade de escolher, via pleito digital, em qual chapa o delegado eleitor deverá votar na Assembléia. E não seguir uma diretriz pré determinada por razões quaisquer. Vejam, esta eleição é uma eleição às avessas: você escolhe alguém que vai (futuramente) escolher em seu nome um candidato que ainda hoje não existe no meio federal!!! É dar um cheque em branco!!! Percebam, que hoje foi aberto por este blog um meio de discussão sobre esta eleição, que quase nenhum CD conhece “porque, para que”…, porém uma eleição tão importante como esta, o CROSP iniciou a informação aos colegas através de e-mails, divulgando oficialmente informações sobre a eleição e as chapas concorrentes somente 5 dias antes do dia da votação. Hoje, são aproximadamente 93 mil CDs inscritos e ativos no CROSP, pertencemos ao Estado que mais arrecada e contribui financeiramente ao CFO e vemos a forma obscura com que tratam esta eleição tão importante como esta. Por esta motivo, a média não ultrapassa a presença de 250 eleitores. Vejam colegas, na última eleição em SP para delegado eleitor compareceram 0,2% da categoria. Nada vai mudar, se não houver a participação dos colegas. Dedique 2 horas da sua agenda e compareça. VOTE CHAPA 2. Poderemos até ter motivos para reclamar, mas se não nos mobilizarmos para mudar, certamente em um futuro próximo, perceberemos que o que já era ruim ficou ainda pior. Agradeço aos colegas do Blog que nos permitiram levar esta importante informação aos colegas CDs e divulgar nossa participação nesta eleição.

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Se você chegou até aqui, parabéns! Você realmente se importa com sua profissão. Esperamos ter ajudado você a entender um pouco mais sobre as nuances da parte burocrática da Odontologia. Participe da eleição.

Obrigado mais uma vez ao colega Rodrigo Bueno de Moraes pela ideia e pela parceria em conseguir tanta informação em tão pouco tempo hábil. Agradeço imensamente os candidatos que disponibilizaram seu tempo para poder informar o cirurgião dentista cada vez mais.

Um Abraço

Luiz Rodolfo

Equipe Dicas Odonto