Os ambientalistas estão em festa. Seu churrasco vegetariano já dura dias de leleô. O PL 2461/2013 (Leia o projeto na íntegra e suas penalidades clicando sobre ele) foi aprovado é o amálgama está proibido no Rio de Janeiro. Na canetada.
Nem houve tempo de arrumar a gaveta do consultório da rede pública carioca. O projeto de lei é da deputada Aspásia Camargo do PV do Rio de Janeiro. Eu sei. Ninguém mais quer restauração “da cinza”. Ela contém mercúrio em sua composição, um metal pesado que contamina a natureza. Como ninguém consegue fiscalizar direito como é feito o descarte desse material, “bora” proibir o uso. Soluções mais fáceis nem sempre são as melhores.
Vitória eliminou o amálgama da saúde coletiva – Leia aqui
O projeto tem seus bons motivos louváveis. O amálgama já estava em total desuso nos consultórios particulares. Quem vai sentir o baque da proibição é a saúde pública. O amálgama é comprovadamente um material excelente no âmbito da saúde coletiva. Barato, fácil de manipular, duradouro e indicado para pacientes com má higiene oral. Não existem pesquisas suficientes e sérias sobre a contaminação do ser humano que tem restaurações de amálgama na boca. A quantidade de mercúrio é pequena perto de muitas outras coisas por aí que contém mercúrio. Leia mais aqui no Blog das Odontodivas.
O que não pode é confundir a cabeça do povo. A deputada relatora do projeto de lei comemorou bastante em sua página do Facebook, em aberto para todo mundo ver. Até aí, sem problemas. O que não acho correto é indicar que todo mundo troque todas suas restaurações de amálgama numa rede social. Se me perguntarem sobre isso, minha opinião de dentista é a seguinte: restaurações que estão em bom estado, funcionais e sem infiltração não precisam ser trocadas. Quem vai avaliar isso? O dentista, na sua cadeira, com espelho, sonda exploradora, exame clínico, exames de radiografia e etc.
Não estou querendo defender o amálgama com unhas e dentes. Pessoalmente, já não uso há muito tempo. Porém, acredito na sua indicação e no seu valor social. A tendência já era de desuso contínuo. Gostaria de saber se o governo vai pagar pelas resinas e todos seus componentes, ou se alguns postos de saúde do Rio de Janeiro vão apenas avisar os pacientes que estão sem material.
Serve também para vermos que quando há vontade política, um projeto de lei é votado e aprovado. E aquele projeto de lei que deveria regulamentar em R$ 7.000,00 o salário base dos dentistas? Lembra dele? Pois é, ele não foi votado por falta de quórum no início deste mês. Triste não? Então dentista, contente-se aí com um salário base de 3 salários mínimos e ainda está proibido de fazer amálgama se estiver no Rio de Janeiro.
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Atualização de 22/12/2014 – O Diário Oficial de 19/12/2014 publicou o VETO ao polêmico projeto de lei – PL 2461/2013. O ano de 2014 terminará com vitória da saúde bucal e da pesquisa científica sobre o “achismo” e a falta de entendimento dos assuntos de saúde pública.
* Enviado pela colega Dra. Daiane Costa
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Um Abraço,
Equipe Dicas Odonto
“Não existem pesquisas suficientes e sérias sobre a contaminação do ser humano…”
Como não existem? os defensores estão contaminados… e certamente foram regiamente pagos ,para tanto.Isso é a maior estupidez que podemos engolir.A OMS, os donos e detentores do poder nos impõe quaisquer imoralidades,até essa :O amalgama ,que está em uso a quanto tempo? 150 anos???Quanto será que estão levando de suborno?CFO,ABO,CRO ninguém se manifesta.Igual a imoralidade do climagate.E a farsa do CFC Tudo mentira.Engula quem quiser.
JATeixeira
Concordo totalmente com o colega. A deputada em questao eh tao ignorante e desinformada que me causa vergonha que tal figura ocupe um cargo tao importante
Que bosta
A partir de janeiro de 2020, amálgama dental será proibido no Brasil todo. O governo fez um acordo internacional para controle do uso de mercúrio, e lógico que não poderiam deixar a odontologia de fora do impacto. Assim o Rio de Janeiro só está adiantando o inevitável.
Até 2020 os outros produtos que possuem mercúrio devem ser substituídos. Para o amálgama só se prevê a diminuição gradativa, sem prazo determinado, visto que não há substituto adequado.
tenho restaurações de amálgama bem antigas,já quis trocá-las mas meu dentista desaconselhou e é (particular).E os pacientes do SUS como ficam???
É um absurdo!!!! O amálgama é o material com maior durabilidade. Ao contrário dos demais que a cada 5 anos em média tem que ser trocado e com isso, diminui ainda mais a estrutura dentária. Vai acabar também sucateando a saúde pública, pois o amálgama é o que se traduz em eficácia e economicidade. Há relato de restauração de amálgama com mais de 50 anos. Eu como dentista e sanitarista discordo desse absurdo. Não troco meus amálgamas de jeito nenhum!!! Se ninguém fizer nada, voltaremos a uma situação de sucateamento em municípios pequenos por não conseguirem dar conta dos custos que essa substituição traz. Só para deixar claro, na saúde pública já utilizamos resinas fotopolimerizáveis e ionômeros de vidro há muito tempo.
Sou contra essa lei descabida sem consulta aos especialistas. Tenho 20 anos de SUS. Há outros assuntos relacionados à saúde pública que devem ser vistos e não se preocupar com restaurações estéticas em dentes posteriores, que vão por fim afundar os recursos para a saúde bucal no país. E aí, quem vai pagar a conta de uma coroa em porcelana quando esse dente repetidamente restaurador ter sobrado pouco?
Tenho VERGONHA desse pioneirismo!
O Governador do RJ vetou o projeto. O Amalgama não está proibido. Estas notícias de proibição foram apressadas e falsas.
Foi atualizado no final da postagem! Obrigado Alexandre! Abs
Esse é o nosso país….
Enquanto a bandidagem está tomando conta do Rio de Janeiro eles estão preocupados com o amálgama, um excelente material quando bem indicado,
E o pai de família que não consegue tratamento para um filho, para um idoso, um exame demora mais de 10 meses para ser realizado… bom, isso não parece ser prioridade para 99% dos políticos desse país.