Um historiador inglês afirma ter descoberto a “origem do sorriso“. Várias reportagens em sites ingleses como o The Guardian e o do BBC contam esta história, com ajuda das pesquisas e descobertas do professor Colin Jones da universidade de Warwick.
O ser humano sorri desde sempre. Isso é fato, mas nem sempre isso foi considerado bonito como é hoje. Podem reparar que em fotos muito antigas, as pessoas ficavam sérias, sem mostrar os dentes e sem sorrir. Até hoje tiramos fotos assim, mas para os nossos documentos. O historiador Colin Jones em seu artigo para o Journal Past and Present parece ter descoberto o início da era em que o sorriso de dentes à mostra começou a ser considerado uma coisa bonita de ser retratada. Os dentistas podem agradecer essa moça aí da pintura. Parece que o conceito do sorriso como o conhecemos hoje começou ali.
É quase impossível imaginar uma época em que o sorriso era considerado algo feio e rude. Tudo por causa de conceitos artísticos, convenções e o decoro do século XVIII. Não era de bom tom mostrar os dentes. Artistas preferiam que seus modelos ficassem sérios para não retratar a emoção da pessoa (a felicidade do sorriso ou a tristeza do choro), mas a pessoa em si. Uma pintora importantíssima e talentosa reproduziu seu auto-retrato com um pequeno e discreto sorriso. Foi um escândalo na época.
Elisabeth Louise Vigée Le Brun foi responsável por mais de 900 trabalhos retratando a aristocracia francesa até o ano de 1842, considerada uma das maiores pintoras de sua geração. Suas principais obras foram retratos da rainha Maria Antonieta, expostos em Versailles até hoje. A obra acima causou furor nos círculos sociais: “Uma afetação que artistas, amantes da arte e pessoas de bom gosto condenam, sem precedentes entre os antigos, é que os dentes apareçam no sorriso da Madame Vigée-Le Brun. Essa afetação não combina com uma mãe.” Quem sorria para retratos eram os loucos, os atores representando personagens, mulheres fáceis, plebeus e as crianças. Quem diria!
Outro detalhe: A aristocracia era muito rica e vivia na abundância, mas não tinha muito orgulho de seus dentes. A palavra “dentista” e os primeiros conceitos da odontologia moderna surgiram na França, no ano de 1728. A ideia de preservar os dentes ao invés de arrancá-los ainda engatinhava (ou engatinha até hoje???). O cirurgião Pierre Fauchard ficou famoso por introduzir esses conceitos científicos em uma época em que o consumo de açúcar era desenfreado e a Sífilis, junto com seu tratamento à base de mercúrio, devastava os dentes das pessoas.
Segundo o professor Jones: “Protocolos de representação artística seguidos desde a antiguidade não permitiam a exposição de dentes em um retrato, sem que este gesto fosse codificado a revelar que o sujeito fosse um popular, um demente ou que tivesse algum problema moral.”
A conclusão do historiador e do curador citado NESTA REPORTAGEM é que o sorriso de dentes brancos à mostra é um clichê do século XX. Sua precursora seria sim a pintora de sorriso tímido que segura sua filha em um de seus auto retratos. Pelo jeito ela sabia cuidar dos seus dentes. Pelo menos os quatro da frente. Ou pode ter dado um talento na pintura e deixado eles branquinhos na reprodução de seu auto retrato.
Um Abraço,
Equipe Dicas Odonto
Fontes:
Discordo em alguns pontos. Não era de bom tom a mulher ou menina estar sorrindo…por situações já citadas.Mas como Artista Plástica, digo-lhe e afirmo que a fisionomia de uma pessoa muda em virtude do sorriso. São músculos que se movem e isto distorce bastante, uma bela figura de rosto!