O relato de uma paciente na sessão de Defesa do Consumidor, dentro do caderno de Economia do Jornal O Globo de 06/01/2013, mostra uma das confusões que um paciente pode ter que resolver por culpa dos convênios odontológicos e de clínicas desorganizadas.

dentista exige respeito

Mais um motivo para a existência dessas campanhas aqui


Relato transcrito (via Grupo “Dentistas do Piauí” do Facebook) :

“Tenho um plano dentário da Amil que usei para atendimento de emergência em uma clínica do Centro do Rio. Fiz uma obturação que não durou muito. Pelo fato de o local ficar perto do meu trabalho, fui lá novamente e fizeram apenas um curativo, pois comentei que estava iniciando um tratamento e tinha consulta marcada. Entretanto quando fui à minha dentista, ela não pôde fazer o serviço por falta de autorização da Amil. Alegaram que aquele serviço já tinha sido pago a outro dentista. Liguei para a clínica e disseram que bastaria voltar lá e refazer a obturação. Fui na hora do almoço, esperei por mais de uma hora e quando já estava sentada no consultório, soube que só poderia ser atendida por um dentista que não estava na clínica.”

Gente, olha que chateação que a paciente teve que passar por causa de uma restauração. Imagina se fosse algo que envolvesse dor? Quem já trabalhou com convênios, imagina o pode ter acontecido. Na hora em que ela fez a obturação lá na clínica de urgência do centro do Rio, o dentista marcou o procedimento na ficha como “Obturação” e não como atendimento de urgência. Assim, esse procedimento fica como realizado neste dente e só pode ser feito depois de um tempo determinado (cada procedimento e cada convênio delimita seu tempo). Aí, quando outro dentista, de outra clínica pediu a mesma obturação, claro que isso foi glosado (serviço não autorizado), por já ter sido feito.

O segundo erro, acredito ter sido da própria clínica que disse que ela não poderia fazer a nova obturação se não fosse com o próprio dentista que havia realizado ela em primeiro lugar. Que confusão! Vocês acham que a paciente, consumidora do serviço, que paga mensalmente um valor para o convênio, vai querer saber quem fez o quê e quem não vai autorizar? Ela quer seu dente restaurado e fim de papo. E ela tem toda a razão de no mínimo armar um barraco na recepção da clínica.

Pessoal, quem trabalha com convênios, como eu já trabalhei há tempos, tem que dar suporte ao paciente quando isso acontece. Alguém faça esta bendita restauração e depois desconte do dentista que a fez pela primeira vez. O paciente não pode ficar rodopiando como o Peão da Casa Própria com um buraco no dente. Isso desqualifica o trabalho do dentista, as clínicas envolvidas e o convênio. 

Vejam quanto tempo que esta mulher perdeu. Vocês não acham que ela pensou em pagar particular logo, de uma vez, para que fizessem sua restauração? Por isso que eu acho que o jeito que os convênios e os dentistas se relacionam e trabalham hoje em dia não funciona. Funciona apenas para a empresa de convênios. O dentista fica “de mãos atadas”, o paciente fica que nem barata tonta e nada é resolvido. Beira a incompetência e a desorganização. Muita coisa ainda tem que mudar.

Um Abraço,

Equipe Dicas Odonto