OMG! Acaba aqui minha briga com o Listerine. Uma das últimas marcas a tirar o álcool da solução, a Johnson anuncia o Listerine Zero (se referindo ao álcool). Todo mundo sabe que o álcool em excesso faz mal se estiver em uma solução de bochecho. Finalmente posso começar à indicar o Listerine para uso diário.
Este Post mostra muito bem minha posição sobre o Listerine com álcool: clique aqui
Agora tudo mudou. Eu já conversei com você sobre tipos de bochechos aqui no Blog e as tantas opções que temos no mercado. Sempre tive repulsa pelo Listerine por causa de sua alta concentração de álcool nociva aos tecidos bucais. Hoje, posso tirá-lo da exceção. A marca lança a versão sem álcool, sem eliminar as outras versões (talvez para poder avaliar a eficácia do marketing dessa nova empreitada da Johnson).
É difícil mexer em time que está ganhando. Listerine é o bochecho mais vendido no mundo. Parece que a força do bom senso reinou na indústria e os produtos estão sendo feitos baseados no que os dentistas estão falando. Se os dentistas estão falando de pesquisa científica e ciência, todos nós temos muito à ganhar com isso.
Quero deixar bem claro que não recebo um centavo sequer para escrever este Post, mas me senti na obrigação de fazer justiça com a marca. Malhei muito o Listerine e seu teor alcoólico. Agora, declaro paz e seguimos em frente com este bochecho – que como qualquer outro – é apenas um COADJUVANTE na higiene bucal.
Um Abraço
Equipe Dicas Odonto
Luiz Rodolfo
Escrever este post já demonstra sua seriedade.
Assino embaixo.
Ponto pra J&J que reconheceu os avanços e ponto pra o consumidor que terá nova opção.
E ponto pra nós, que se não somos ouvidos sempre, pelo menos as vezes somos 🙂
Certeza! Muitos pacientes achavam que eu não gostava do Listerine por motivos pessoais ou pela marca. Nada disso. A adequação do colutório vem em boa hora e a saúde bucal só tem a ganhar!
Olá,
Acabei de ler o post sobre o Listerine. Ainda sou estudante e aprendi nas aulas de periodontia que o Listerine não possui substantividade. Qual a sua opinião sobre isso? Porque indicar um anti-séptico bucal ao paciente sendo que ele não possui substantividade?
Como sempre falo para meus pacientes, o anti-séptico bucal de uso diário é opcional. Usa quem gosta. Usa quem quer. Se o paciente gosta de um gostinho refrescante depois da escovação, pode indicar sem problemas. A substância que tem a melhor substantividade na boca é a clorexidina à 0,12% (12 horas) e ela não é adequada para bochechos diários em todos os casos por causa de seus efeitos colaterais. Indico apenas clorexidina 0,12% para pacientes em início ou meio de tratamento periodontal por 15 ou 20 dias. Portanto, seu uso é controlado. A minha birra com o Listerine era a sua alta concentração de álcool. Se tirarem o álcool, não vejo problema nenhum indicar este bochecho, até porque explico bem aos pacientes que ele é apenas um coadjuvante na higiene bucal. Obrigado pelo seu comentário, Julia.
Sou ainda contra o uso do Listerine, Zero ou 27%.
Razões:
– O caráter anti-ético que sempre esteve junto com o Listerine de nunca ter se preocupado com a saúde bucal e somente preocupado em lucros;
– Todo produto novo deve apresentar artigos e publicações científicas demonstrando a sua eficácia e não há um só artigo sobre Listerine de boa qualidade, ainda;
– O uso contínuo de qualquer bochecho antisséptico contendo ou não álcool deve ser de prescrição única de dentistas e não vendidos como cosméticos;
– Antimicrobianos, como o próprio nome indica, possui efeito terapêutico e, portanto, não pode ser de uso contínuo como preoconizado pelos fabricantes e ex-fabricantes do Listerine;
– O Listerine apresentou, por muito tempo, propaganda dizendo que era tão ou mais eficaz que fio-dental, essa propaganda foi cortada (graças a Deus) judicialmente no próprio EUA por ser considerado uma idéia falsa e que prejudicaria a saúde da população. O que é totalmente verdade;
– O Listerine com álcool ainda é vendido sem a indicação da concentração (de 21 a 27% de álcool) aqui no Brasil;
– O uso de quaisquer bochechos ainda deve ser restrito, uma vez que altera a microbiota bucal de forma ainda não reconhecida, podendo ser prejudicial no uso prolongado (independente se contínuo, ou não).
Quando a J&J se desfizer do Listerine contendo álcool, apresentar artigos científicos idôneos, colaborar para acabar com o lobby da venda de produtos antissépticos bucais como cosméticos (principalmente como uma forma de se redimir dos males que o Listerine causou), visitar dentistas e, principalmente, periodontistas, eu passarei a recomendá-lo com restrições.
Sem antes reconhecer da J&J a preocupação com os seus clientes com relação à saúde bucal, ao invés de pensar SÓ no lucro, eu, como um profissional da SAÚDE, continuarei a não recomendá-lo.
A J&J tem seus produtos louváveis como a escova Ecoreach (sou fã) que recomendo para quem se preocupa com meio ambiente e os fios e fitas dentais que recomendo para aqueles que não podem comprar uma fita melhor e que não desfia como uma Oral-B pró-saúde, que é a única fita feita de PTFE no Brasil. Fora isso…
E para quem entende inglês, aí vai um link do The Guardian (um dos principais jornais do Reino Unido) comentando da J&J, Listerine e um produto para diagnóstico de câncer bucal que fez lobby para barrar a sua produção.
http://www.guardian.co.uk/world/2011/aug/27/johnson-johnson-sued-mouthwash-cancer-fears
Obrigado pelo comentario Sr. Sergio, comecei a procura mais informações sobre esse produto da Listerine Zero, pois tive problemas, comecei a usa-lo e percebi q a minha gengiva estava mudando de cor e parecia estar ficando cada vez mais inchada, realmente essas informações q o Sr. colocou foi muito util pois sou leigo no assunto, Att.: Thiago B.
Como sempre falo para meus pacientes, o anti-séptico bucal de uso diário é opcional. Usa quem gosta. Usa quem quer. Se o paciente gosta de um gostinho refrescante depois da escovação, pode indicar sem problemas. A substância que tem a melhor substantividade na boca é a clorexidina 0,12% (12 horas) e ela não é adequada para bochechos diários em todos os casos por causa de seus efeitos colaterais. Indico apenas clorexidina 0,12% para pacientes em início ou meio de tratamento periodontal por 15 ou 20 dias. Portanto, seu uso é controlado. A minha birra com o Listerine era a sua alta concentração de álcool. Se tirarem o álcool, não vejo problema nenhum indicar este bochecho, até porque explico bem aos pacientes que ele é apenas um coadjuvante na higiene bucal. Obrigado pelo seu comentário, Julia.