A Língua Geográfica é uma condição totalmente benígna. Ela se apresenta com um aspecto de “mapa” ou marcas de relevo no dorso da língua e não tem nada a ver com falta de higiene. A língua fica com desenhos avermelhados ou esbranquiçados que podem mudar com o tempo, também tendo o nome de glossite migratória ou eritema migratório. E o que isso tem a ver com o TiKTok?
Agora no início de dezembro, Roberta Santos, de 22 anos postou um vídeo (que teve mais de 8 milhões de visualizações e mais de 4 mil comentários) falando da sua condição e rebatendo inúmeros comentários maldosos em relação a aparência da sua língua. A língua geográfica não é contagiosa e nem perigosa. Entretanto, precisa do correto diagnóstico e algumas vezes pode apresentar ardência ou leve desconforto. Esse episódio fez o assunto sobre esta condição vir à tona e as buscas sobre a condição lingual explodiu no Google.
A língua geográfica não é contagiosa e nem representa uma falta de higiene. É uma condição permanente ou transitória que se manifesta no dorso da língua com traçados brancos ou avermelhados, formando um caminho com se fosse um mapa geográfico.
Enfim, sua etiologia é um tanto quanto desconhecida e por muitas vezes, relaciona-se o aparecimento da língua geográfica ao estresse, dermatites, alergias e até a psoríase – uma doença psicossomática que ataca a pele e o couro cabeludo. Ela pode ter momentos de piora, melhora, reaparecimento e em alguns casos pode até desaparecer por si só.
Por outro lado, os leigos e fiscais da internet podem muito bem confundir essa condição com uma língua povoada por saburra lingual. Esta é uma camada de sujeira que se forma sobre o dorso da língua e que deve ser removida com limpadores de língua ou escovas de dente. Isso nada tem a ver com as marcas da língua geográfica, que não podem ser removidas com escova.
Então, antes de sair julgando as línguas alheias por aí, vai dar uma pesquisada! A Roberta Santos parece que vai continuar falando desse assunto que é bastante inexplorado e afeta cerca de 6 milhões de brasileiros. Na dúvida, procure seu dentista para um diagnóstico mais preciso e pare de se meter na língua dos outros.
Um Abraço,
Luiz Rodolfo