Pesquisadores adotam uma nova abordagem no combate do mau hálito. Novas pesquisas começam a ter uma ideia do complexo ecossistema bacteriano bucal e visam equilibrar a quantidade de bactérias que fazem bem e ajudam a evitar o cheiro ruim do mau hálito.


O budum bucal vem incomodando o ser humano há séculos. Historicamente, podemos encontrar muitos relatos de situações em que o fedor oral causou repulsa ou constrangimento social. A teologia islâmica sugere que seus fiéis limpem suas bocas para evitar a halitose em momentos de jejum, o Talmud Judaico descreve que o casamento pode ser judicialmente anulado se um dos pares tiver mau hálito e até Hipócrates, considerado o pai da medicina moderna, sugeria bochechos com vinho aos seus alunos. Existe ainda uma relação entre crenças de que a pureza da alma estaria relacionada com o odor que emana da sua boca.

Dados atuais mostram que cerca de 25% dos adultos, em todo o mundo, sofrem de mau hálito crônico. O maior problema é que não existe uma fórmula mágica para combater esse mal. O que existe é DIAGNÓSTICO preciso. O mau hálito pode ter origem em lugares diferentes da boca (ou do trato digestivo) e cabe ao dentista descobrir a fonte das bactérias que produzem o cheiro podre para poder controlar essa doença.

Principais problemas bucais que causam halitose – separadamente ou em conjunto:

– Doença Periodontal – a doença periodontal abriga bactérias gram negativas que liberam gases mal cheirosos na cavidade oral. Essas bactérias vivem entre as gengivas e os dentes, na porção subgengival. Portanto, controlar a doença periodontal é um dos passos no combate ao mau hálito. Saiba mais sobre Periodontite, clicando AQUI.

– Bactérias na LínguaA língua também abriga algumas das bactérias acima, em suas fendas. É a chamada saburra lingual – massa esbranquiçada que fica sobre a língua. Principalmente em pessoas que possuem língua fissurada (aquela língua com fendas mais profundas). Por isso é muito importante escovar a língua, todos os dias, ou usando limpador de língua ou a próprio escova dental. Essa limpeza diminui significativamente o mau hálito.

– Cáseos Amigdalianos – São pequenas formações alimentares com presença bacteriana nas amígdalas. Esse tipo de problema precisa da avaliação de um dentista. Não adianta resolver as bactérias na língua e controlar a doença periodontal se você possui esse problema. Veja mais AQUI.

– GUNUma doença aguda, a Gengivite Ulcerativa Necrosante tem como um de seus sintomas um forte cheiro ruim, causado pela necrose de parte do tecido gengival. 

– Sua própria Flora BucalEssa descoberta é relativamente recente. Não quer dizer que mau hálito é hereditário, hein! O que os pesquisadores encontraram é que as bocas dos filhos são colonizadas por bactérias vindas dos pais e de seus cuidadores, em um primeiro momento da vida. Por isso a importância de ter uma boca saudável SEMPRE, porque isso é outra coisa que você vai passar para os seus filhos. Avós, babás, professoras (es) e cuidadores de crianças também devem ter a boca limpinha para não contribuir com uma flora bacteriana ruim para as crianças.

– Alimentação – Se você abusar da cebola e do alho, por exemplo, você vai exalar aquele cheirinho característico por algum tempo. Quem abusa de álcool também pode apresentar o “fétis oris” pelo ressecamento bucal causado pelo mesmo. O famoso “bafo de onça” que a caboclo exala quando chega do boteco!

Se o dentista não encontrar nenhuma causa aparente, aí sim é a vez do médico avaliar. Cerca de 90 a 95 % dos casos de mau hálito é da boca. Os outros 5 % podem ser de outros locais do trato digestivo.

O que os pesquisadores descobriram recentemente é que mais vale um equilíbrio do ecossistema bucal do que ficar brigando com as bactérias produtoras de compostos fedorentos. Existe um novo investimento em compostos para bochecho que possam NUTRIR as bactérias “boas” da nossa boca para que elas deixem a ambiente sob controle. Um deles é uma pastilha com probióticos que se mostraram eficientes em deixar o hálito mais fresco em 14 dias. Nenhuma dessas pesquisas usa ou pensa em usar a água oxigenada, dita tão milagrosa por aí…

Outras pesquisas estão tentando mostrar que é preciso canalizar os bochechos para combater o próprio cheiro ruim, ao invés das bactérias em si. Deixe que a escova de dentes e fio dental cuide das bactérias. A presença de íons de Zinco e outros metais têm se mostrado eficiente na neutralização dos compostos de enxofre produzidos pelas bactérias.  

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Veja como o Mau Hálito é um problema social. Lembre-se que ele tem cura. Procure sempre um dentista!

Fonte – Revista Scientific American Brasil, edição e Junho de 2013

Veja este aplicativo de iphone que detecta mau hálito – AQUI

Veja o Breathmeter – equipamento que detecta o mau hálitoAQUI

 Um Abraço,

Equipe Dicas Odonto