Neste último domingo, o quadro do Dr. Dráuzio Varella no programa do fantástico abordou um tema muito pertinente para nós dentistas: A situação da Hepatite B no Brasil.
O portador do vírus da Hepatite B não mostra sintomas. Os sintomas vão aparecer depois de 10 ou até 30 anos após a contaminação. Nesta fase o fígado já estaria degradado e as opções de tratamento são pouquíssimas, incluindo o último caso: um transplante de fígado. Segundo a reportagem, os brasileiros infectados são cerca de 3 milhões e apenas 150 mil foram diagnosticados. Dados importantes e chocantes.
O vírus é transmitido por contato com sangue contaminado e também pode passar de mãe para filho. A forma mais eficiente de se prevenir contra essa doença silenciosa é com prevenção. A prevenção para os profissionais que mexem com sangue e objetos cortantes, disponível hoje em dia, é a vacina. Todos os dentistas e equipe devem ser vacinados, em 3 doses que valem por 10 anos. O Dr. Dráuzio Varella focou o quadro nas manicures, outro nicho profissional que pode acabar se infectando ou causar infecções cruzadas.
O que fazer para evitar a contaminação? Siga as dicas à seguir:
– Esteja vacinado(a). Dentistas, auxiliares e toda equipe que mexe com material contaminado com sangue. Após 10 anos da vacinação, quando for fazer um exame de sangue de rotina, solicite ao seu médico a inclusão de sorologia para antígeno do Vírus da Hepatite B. Assim, você fica sabendo se a vacina ainda está valendo ou se vai ser preciso se vacinar novamente.
– Siga todas as normas de limpeza do consultório e de limpeza de materiais. Usar os detergentes especiais para remoção de sangue por imersão e depois fazer a esterelização correta.
– Redobre o cuidado em cirurgias, quando for usar bisturi, agulhas de anestesia e de sutura. Reserve mais tempo para estes procedimentos, para poder fazer tudo sem pressa e para que a sala possa ser limpa corretamente.
– Ao ir à Manicure fazer suas unhas, leve seu próprio alicate. Se você for manicure, vacine-se também e siga as normas de limpeza e esterilização de material.
– Faça a anamnese completa com todos os pacientes. Muitos não sabem que têm a doença, mas os que sabem podem dizer e você, dentista, deve saber. Eu diria aqui para triplicar o cuidado com este paciente, mas acho que o cuidado deve ser triplicado com QUALQUER paciente. Lembre-se: 3 milhões infectados e apenas 150 mil sabem que tem a doença.
O Vírus da Hepatite B é um dos que mais sobrevive fora do corpo. Portanto, fique atento. Em São Paulo, a prefeitura disponibiliza a vacina gratuitamente para profissionais da saúde, para todas as pessoas até 24 anos, portadores de HIV, manicures, policiais e outros grupos. Quem cuida, dorme tranquilo!
Um Abraço,
Equipe Dicas Odonto
Luiz Rodolfo
Queria só acrescentar a informação que li recentemente que o vírus da Hep B resiste ao calor seco, portanto a estufa, usada durante anos para esterilização não tem poder de matar esse vírus, que somente é eliminado em autoclaves.
Talvez por isso essa epidemia, pois é uma doença silenciosa e que durante décadas foi trasmitida também nos próprios consultórios odontológicos que utilizavam a estufa