Nem tudo são flores na odontologia. Infelizmente, a odontologia e a própria bilogia não são ciências exatas. Existem coisas que fogem do nosso controle. Nosso objetivo é realizar os procedimentos da melhor maneira possível oferecida pela ciência de hoje e diminuir ao máximo os riscos de infecção.
Que dentista não teve um caso que acabou em alguma complicação indesejada? Mesmo fazendo tudo direitinho como mandam os livros e os protocolos, existe uma pequena porcentagem de chance de insucesso. Em tratamentos de canal, implantes, próteses e etc. A dica mais importante desse post é:
– Esclareça tudo com seu paciente antes dos procedimentos. Explique que há chance de insucesso. Tomando os implantes como exemplo, de 100 implantes, 5 ou 3 dão complicações indesejadas. É o mesmo que dizer que o sucesso desse procedimento é de 95% ou 97%. Isso tem que estar bem claro para o paciente. Não venda “a maravilha do implante”. Baixe a expectativa do paciente de volta para a realidade.
Outro aspecto importante: Se algo der errado, esteja lá para aquele paciente. Seja solícito. Abra o consultório no final de semana, se precisar. Deixe um telefone, um e-mail em que o paciente possa achar você. Importe-se. Não seja negligente. Em último caso designe um colega para atendê-lo, caso esteja viajando, ou muito longe naquele momento. Acidentes e complicações pós operatórias podem acontecer sim, infelizmente.
O negócio é bola para frente. Estude o ocorrido, tire radiografias, não economize tempo nem procedimentos para entender as causas do insucesso e resolvê-lo o mais rápido possível. A gente sempre tem que ter um “plano B” na cabeça, se as coisas não saírem como desejado. A falta de comunicação com seu paciente pode causar mais problemas ainda no futuro. Nessa hora vale a verdade: “houve uma infecção no local; a lima fraturou; o dente fraturou na furca, então ele vai ter que ser extraído”. São más notícias, mas o paciente deve estar ciente.
Planejamento – palavra que resolve quase todos problemas em odontologia. Um entendimento do que vai acontecer em um futuro próximo, quase um poder de vidência. Um prognóstico que vai levar em consideração o histórico do paciente, o transcorrer do procedimento e o que esperamos que vá acontecer. Sem abaixar a cabeça, vamos resolver os insucessos e transformá-los em futuros sucessos.
Um Abraço,
Equipe Dicas Odonto
Belo texto, Luiz! Realmente… o clima de “já ganhou” na Odontologia não é adequado. Dependemos da resposta do organismo do paciente, fator sobre o qual não temos controle (e nem o paciente). A gente faz o possível, mas o impossível fica por conta do Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém. 🙂
Ainda, como você bem frisou, acho essencial a questão da atenção dada ao paciente quando algo dá errado. Tem um post no meu blog sobre parestesia e eu noto que a maioria das reclamações não são sobre a parestesia em si, mas sobre a falta de amparo por parte dos dentistas quando isso acontece. A palavra que eu mais leio lá é “descaso”. Não dá, né?!
Abraço!
Obrigado Ana! Bjos